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Hiperjudialização é tema de destaque na I Jornada de Boas Práticas em Tutelas Coletivas

3/9/2024 - O Tribunal Superior do Trabalho sediou, nesta segunda e terça-feira (3 e 4), a I Jornada de Boas Práticas em Tutelas Coletivas. O objetivo é promover a troca de conhecimentos sobre temas como meio ambiente, consumo, proteção ao patrimônio público e prevenção de desastres entre integrantes do Judiciário e do Ministério Público, especialistas, juristas, professores e estudantes. A promoção é do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Fórum Nacional de Ações Coletivas (Fonacol), o TST e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho (Enamat). Epidemia de judicialização Na abertura da jornada, na noite de segunda-feira (2), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, abordou a judicialização excessiva e a importância das tutelas coletivas para enfrentar o que chamou de "epidemia de judicialização" no Brasil. Segundo ele, é preciso adotar medidas para desafogar o Judiciário, que, no fim de 2023, tinha quase 84 milhões de processos, provavelmente um recorde mundial. “Isso dá a dimensão da hiperjudicialização e também do volume de trabalho que os  juízes brasileiros têm para atingir a tempo essa demanda”, ressaltou, lembrando que, em 2023, houve um aumento de 10% do número de processos em comparação a 2022.  “Não há estrutura que dê conta de atender a tempo e a hora, com a qualidade que nós precisamos, esse número crescente de processos”, disse Barroso. “Temos de investir nas soluções consensuais e nas ações coletivas, capazes de resolver uma grande quantidade de litígios envolvendo interesses persos sem que haja necessidade do ajuizamento das ações inpiduais”. Ações coletivas O ministro Aloysio Corrêa da Veiga, vice-presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), lembrou que a CLT, editada há mais de 80 anos, já trazia as ações coletivas como forma de promover o equilíbrio e solucionar conflitos entre capital e trabalho, que envolvem toda a sociedade. “Embora o Brasil tenha um arcabouço normativo robusto, o potencial das ações coletivas ainda não foi plenamente explorado”, concluiu.  Adequação psicológica O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Hermann Benjamin, fez a palestra de abertura, com o tema “Processos Estruturais e Desastres no Estado Democrático de Direito”. Ele abordou as dificuldades dos processos coletivos e estruturais e enfatizou a necessidade de uma adaptação psicológica da magistratura para lidar com eles. “As escolas de magistratura precisam tratar desse tema de uma forma prática, preparando os juízes e juízas”, afirmou. “A boa notícia é que o Brasil tem todas as condições para trabalhar essa temática e dar exemplo ao mundo”. Construção efetiva de políticas públicas  O painel “Tutela coletiva do Trabalho” foi apresentado pelo ministro Claudio Brandão, do TST, e pela procuradora regional do trabalho Giselle Santos Ferreira Góes. O ministro relatou alguns casos julgados pela Justiça do Trabalho em ações civis públicas que resultaram  em  efetivas políticas públicas. Um dos exemplos foi resultado de uma parceria entre os Tribunais Regionais do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) e da 5ª Região  (BA), com a criação do primeiro Centro de Formação  Profissional  de Aracatu (BA). Essa é a cidade de origem dos trabalhadores que foram resgatados em Pedregulho (SP) em situação análoga à de escravo na colheita de café. A escola foi construída com recursos vindos de uma ação civil pública por danos morais. “Queremos demonstrar como as ações civis públicas podem ser um instrumento de construção efetiva de políticas públicas importantes”, concluiu. Complexidade das relações  A procuradora Giselle Góes trouxe uma reflexão sobre as atuais  premissas das ações coletivas, que hoje contemplam, também, a complexidade das relações, como nos casos de dano existencial ou racismo estrutural. “São novos desafios, e essas complexidades irão se refletir em toda nossa atuação e, em especial, na própria Justiça do Trabalho”. Programação A programação da Jornada de Boas Práticas em Tutelas Coletivas seguiu nesta terça-feira com painéis sobre tutela coletiva do trabalho, meio ambiente, proteção ao consumidor e socioambiental, entre outros temas. Amanhã (4), o CNJ sediará oficinas simultâneas sobre boas práticas em diferentes áreas do direito, culminando em uma homenagem a Kazuo Watanabe, por suas contribuições ao estudo da tutela coletiva. (Flávia Félix e Andrea Magalhães/CF)
03/09/2024 (00:00)
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